segunda-feira, 29 de setembro de 2008

È claro que te odeio




Mais do que óbvio
Meu rancor feito tiro
Nas mensagens que te perseguem
Nem sempre subliminares

Veja quanto te odeio
Caneta e papel em punho
Debaixo do chuveiro
Canções e porradas no peito
Giletes no pulso para marcar o que é teu

Queimo –te sempre na fogueira
Da ardência que me habita
E no meu Paraíso
Você não é banido

Não vê que te rasgo?
Debaixo de lençóis de lupanares
E das mais imundas asas
Que sonham possuir tuas costelas?

Quanto mais terei que dizer
Que te como,te cuspo,engravido
Te aborto e retorno ao desafio
De odiar-te

Em castiçais,em palavras dúbias
Em confinamentos agudos
Em lágrimas famigeradas
O tecido dos famintos
A pele dos nus
A carne ausente
Souvenir de abismo



(imagem:Magritte)

Um comentário:

Giu Missel disse...

Não vê que te rasgo?

Rita, favoritei este teu blog.
A intensidade e o tom genuino dos teus versos são fascinantes.

bjo.

 



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